O galeto tal qual o conhecemos hoje e que se tornou, indiscutivelmente, o símbolo gastronômico de Santa Maria, foi criado em 1957, quando da inauguração do Restaurante e Churrascaria Vera Cruz, então propriedade de Augusto Martins e de seu pai. Na época, o que se servia como galeto na região de Caxias do Sul, eram frangos com aproximadamente 1,20kg, cortados ao meio, assados no espeto e com um tempero simples a base de sálvia, vinho branco, sal e óleo. A grande dificuldade é que não havia produção em escala industrial de galetos.
Augusto Martins e seu pai conseguiram que pequenos produtores da cidade criassem e abatessem frangos com idade entre 28 e 30 dias ("ao primo canto"), pesando entre 550g e 650g depois de limpos. Estes franguinhos passaram a ser cortados em 10 pedaços e assados no espeto com um tempero a base de ervas finas (como sálvia, manjerona, alecrim e cheiro verde), tomate, cebola, alho, pimenta do reino, vinagre e sal, entremeados com pedaços de toucinho e acompanhados de polenta bristolada (de chapa) e salada de radiche. Surgia assim o tradicional galeto, indiscutivelmente o grande responsável pela fama e pelo respeito que o Restaurante Augusto conquistou a nível local, nacional e até internacional, nesses seus 32 anos de existência.
Hoje, a nossa receita de galeto é utilizada por vários outros restaurantes da cidade, a tal ponto que o galeto se tornou a grande referência gastronômica Santa Maria. A mais recente novidade para os apreciadores da boa culinária em Curitiba é deliciosa, macia e pesa cerca de 500 gramas, foi criada em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, há quase 60 anos e se transformou numa atração gastronômica muito apreciada nas mais diversas regiões gaúchas e catarinenses. É o Galeto Primo Canto, também conhecido como “frango de leite”, que foi inventado para substituir as antigas passarinhadas. Na verdade, os primeiros a apreciar o Galeto Primo Canto foram os imigrantes portugueses, espanhóis e italianos, que trouxeram para o Brasil o hábito de se alimentar com passarinhadas. Porém, no final da década de 50, a caça aos passarinhos foi proibida, obrigando as colônias de imigrantes a encontrar um substituto que tivesse uma carne igualmente saborosa e tenra. Foi em 1957 que Augusto Martins, proprietário da Churrascaria Vera Cruz, em Santa Maria (RS), criou o Galeto Primo Canto, pedindo a uma granja próxima que abatesse frangos de 19 a 22 dias de vida, ao primeiro pio ou canto (com peso médio de cerca de 500 gramas) e passou a servir esta iguaria aos seus clientes e amigos, em substituição às passarinhadas.O sucesso foi tamanho, que a churrascaria passou a ser Galeteria Vera Cruz e o prato, com o passar dos anos, tornou-se um dos mais tradicionais da culinária gaúcha.Martins repassou aos pequenos produtores de frango a orientação de que as aves deveriam ser abatidas por volta do 21º. dia de vida e criadas com alguns cuidados para não perder a maciez, assim como para não crescerem demais. Os pequenos galetos, cortados em pedacinhos, passaram a ser servidos em dezenas de receitas, em muitas casas – assados, fritos, cozidos, com ou sem molhos, mas sempre fiéis à regra do abate ao primeiro canto, com cerca de 500 gramas e em torno do 21º. dia de vida.O Galeto Primo Canto, al Primo Canto ou ao Primo Canto não é uma receita. É um abate, como é o do cordeiro-mamão, da vitela ou dos leitões, por isso apresenta uma carne muito macia e saborosa.Dos anos 60 em diante, dezenas de galeterias surgiram por todo o Rio Grande do Sul, chegando em seguida a Santa Catarina. Porém o fornecimento do legítimo Galeto Primo Canto não é simples, nem fácil. Poucas granjas e frigoríficos dispõe deste abate e corte especial. Desta forma, frangos maiores, com 800 gramas ou um quilo, cortados em pedaços, passaram a ser vendidos como se fossem o autêntico Galeto Primo Canto. Também gostoso, o Frango à Passarinho não é o verdadeiro Galeto Primo Canto.Desde 1957, a Galeteria Vera Cruz se desenvolveu e ampliou as suas instalações, fiel a uma receita mantida em segredo, para temperar a aves, antes de assá-las no espeto e de servir em chapas de ferro quente, cobertos de molho e acompanhados por Polenta Brustolata, feita com o melhor fubá e tostadas na chapa (com ou sem queijo).A partir do final de 2005, esta tradição gastronômica chegou a Curitiba, com a parceria firmada entre a Galeteria Vera Cruz e a PapaPollo – Galeto & Pasta – para proporcionar aos curitibanos a oportunidade de se deliciar com a iguaria concebida em 1957.Na PapaPollo, além dos galetinhos servidos na chapa de ferro quente com a polenta, são servidas saladas fresquinhas e massas grano duro Parati, importadas da Itália. São 4 tipos de massa (talharim, espagueti, parafuso, farfale ou penne), com 5 tipos de molho. O serviço é à vontade, por R$13,50 por pessoa.Esta novidade gastronômica em Curitiba, que tem quase 60 anos de tradição em terras gaúchas, é servida todos os dias da semana, no almoço e no jantar
Um comentário:
Parabéns pelo histórico. É um prato fabuloso. Há 40 anos tento imitar os temperos, mas ainda não descobri o último toque. Frequentemente percorro 400 km só para saborear os galetos de Santa Maria.
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